terça-feira, 14 de outubro de 2008

As respostas de Paulo Valadão (2/3)

6. É favorável à limitação legal de mandatos de cargos políticos? Que número de mandatos consideraria razoável como máximo legal para o cargo de deputado regional?
R: Considero que os mandatos são conferidos pelo povo às candidaturas e aos candidatos, por isso defendo que cabe aos eleitores eleger livremente quem se candidata. Por isso, não vejo qualquer necessidade e/ou utilidade na limitação de mandatos para deputados.

7. Que montante de salário consideraria razoável para o cargo de deputado regional?
R: Desde sempre defendi e defendo que o deputado regional deve auferir aquilo que aufere antes de ser deputado, e em função da profissão ou actividade que desempenha. Hoje, todos os cidadãos apresentam IRS e descontam para a Segurança Social, pelo que [os deputados regionais] deviam usufruir após a eleição o vencimento que possuíam de acordo com as declarações e descontos, com as actualizações que depois fossem feitas em relação à sua actividade profissional.

8. Uma vez eleito deputado, os seus rendimentos anuais diminuem ou aumentam relativamente ao que auferiria no normal exercício da sua profissão?
R: Se for eleito deputado os meus rendimentos diminuem após a eleição, na medida que presentemente aufiro rendimentos superiores ao vencimento de deputado, advenientes do meu vencimento como médico veterinário assessor principal e como médico veterinário com actividade privada, e uma subvenção vitalícia correspondente ao tempo de deputado.

9. Já alguma vez criticou/discordou de alguma posição do líder regional do partido pelo qual concorre a estas eleições? Se sim, quando e porquê?
R: O líder regional do PCP, partido a que pertenço e em que sempre militei, é o coordenador da actividade do partido, e essa coordenação é executada em função das decisões tomadas colectivamente pelo órgão de direcção regional – a DORAA – da qual faço parte. Nas reuniões da DORAA todos os seus elementos têm direito de propositura e todas as propostas são analisadas, discutidas e votadas. O coordenador é encarregado de aceitar a decisão tomada por maioria, e todos os elementos do órgão aceitam democraticamente a decisão da maioria.
Assim, não tenho razões para discordar publicamente do líder do meu partido, porque a discussão das questões é feita à saciedade no órgão de direcção, durante a discussão interna no seio do partido.

10. Na ilha das Flores fala-se muito de “corrupção eleitoral”. Já alguma vez teve conhecimento de algum caso? O que faria se soubesse que alguém, seu apoiante ou ligado ao partido pelo qual concorre, tinha “comprado votos”?
R: Não há qualquer hipótese, de quem quer que seja, na CDU, de fazer corrupção eleitoral. Mas, outros exercem pressões inqualificáveis. Os jantares e os beberetes oferecidos pelos partidos nossos concorrentes, a todos os que lá vão, serão moralmente aceitáveis numa sociedade onde se pretende que os eleitores votem em liberdade? A oferta de materiais de construção civil em troca de votos será eticamente correcta? E a informação que esta semana alguns cidadãos receberam da Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos a informar que serão beneficiados de apoios à reabilitação da sua habitação será algo digno de quem pretende que os cidadãos votem sem pressões?

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